terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Numa Folha Qualquer - Religue-se

Oi, pessoas supimpas!

O assunto religião é bem polêmico, mas não vou dissertar aqui sobre religião. Vou escrever sobre religiosos. Na verdade, sobre alguns que se dizem religiosos, que pensam serem religiosos. E quanto a estes, tenho lá minhas dúvidas.



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Muitos ditos religiosos se utilizam da religião como um salvo conduto para fazerem o que bem entendem. Usam a fé como imunidade religiosa.

Quando comecei a trabalhar por conta própria, logo depois de me formar na faculdade, um cliente me recomendou outros dois, dizendo que era gente de confiança já que eram religiosos. Tá! E daí? Ser religioso não significa ser santo. O caso é que me arrependi de ter feito o serviço para aqueles dois. Me deram a maior canseira para pagar e ainda não me pagaram tudo.

Santo do pau oco tem aos montes por aí. Perto de casa tem uma rua com alguns templos religiosos. Ou a fé das pessoas que os frequentam é tanta a ponto de acharem que não irão ser atropeladas ou a presunção é tamanha, se achando donos do pedaço, causando congestionamento nos fins de semana, andando pela rua ao invés de irem pela calçada. Andam em grupos de, no mínimo, cinco pessoas, lado a lado, fazendo uma barreira humana na rua. E se alguém buzinar, acham ruim. Já ouvi responderem coisas como “Não tem Deus no coração, não?”



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Outra vez uns amigos do vizinho, que frequentam uma igreja, chegam num sábado bem cedo e ligam o som do carro em alto volume, tocando louvores. Acordei assustado com aquele barulho e, ao abrir a janela para ver o que estava acontecendo, vi o dito cujo estacionado bem à minha porta. Me olhou, viu minha cara de quem não estava achando aquilo bom e continuou com seu comportamento “divino”.

Esses dias mesmo, estava eu no metrô e, ao longe, ouvi uma algazarra que ia se aproximando. Era um grupo de jovens voltando de um evento religioso. Tomaram conta de um dos vagões e começaram a cantar louvores bem alto para a alegria deles e para a nossa tristeza. Via que eles estavam mais preocupados em aparecer do que louvar alguma divindade. Ao perceberem que os passageiros estavam incomodados com o barulho, aumentaram ainda mais o tom e passaram a dançar, pular e se pendurar nos apoios do vagão.

Isso é coisa de Deus?

Tudo bem, vamos ser religiosos, mas vamos também dar a César o que lhe é de direito. Há leis que devem ser respeitadas e todos temos direitos, sendo religiosos ou não, que também devem ser respeitados.

E outra coisa: onde está a humildade dessa gente ao se acharem os escolhidos, os que têm Deus no coração, os protegidos, os ungidos, os últimos biscoitos do pacote? Pelo que sei, soberba não é coisa lá tão divina assim, pelo que pregam as religiões.


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Portanto, sejam religiosos não para mostrar aos outros. Sejam religiosos de verdade, respeitando e amando os demais e suas escolhas.

Abraços do MM!

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