sexta-feira, 17 de maio de 2013

Recriarte: Colares de Papel

Oi, pessoas supimpas!

Acho divertido quando alguém pega os colares que faço e fica tentando descobrir de que material são feitos. Muitas pessoas, a princípio, pensam que é vidro até que pegam na mão e percebem que a peça é muito leve e não muito fria para ser vidro. Apertam, cheiram, olham para mim esperando que eu diga, mas eu apenas sorrio e deixo elas arriscarem algum palpite. Poucos acertam e quando acertam se espantam. “Como assim, de papel?” Sim! É papel. Papel reutilizado de revistas velhas. E tem mais, é à prova d’água! “Como assim, à prova d’água?”

O fato de ser à prova d’água não é a grande questão, já que no mercado existem inúmeros tipos de vernizes que protegem qualquer material de água, sol, poeira, etc. A questão é: como eu transformo papéis de revistas descartadas em artigo de moda? Isso requer um pouco de prática, muita paciência e criatividade.



Infelizmente aqui no Brasil nosso artesanato não é tão valorizado pelo nosso povo. Ainda mais coisas feitas com lixo, como dizem os mal-informados. Essa gente não sabe o que é artesanato e menos ainda entende o conceito de reciclagem e sustentabilidade. Quando eu tinha um quiosque num mini-shopping de artesanato na região da Sé, em São Paulo, uma pessoa apareceu, viu minhas peças e exclamou ao ver o preço:

– Nossa! Que caro! Na 25 de Março compro dez peças por este valor.

– É mesmo? – disse eu. – Então me traga vinte que eu pago o dobro!

Ela trouxe?

O custo de matéria deste trabalho é irrisório. Mas, e a mão de obra? Não conta? Eu não sou uma máquina de produção. Faço cada peça uma por uma e gasto, no mínimo, uma hora para terminar as mais simples. Aprendi com o Sr. Paulino, um descendente de japonês, que faz coisas incríveis com canudinhos de papel de revistas. Demorei uma semana para conseguir fazer canudinhos tão perfeitos quanto os dele. Estava quase desistindo quando me lembrava dele me dizendo que precisava de muita paciência e persistência. Coisa de oriental ensinando o discípulo.

Aliás, quem quiser aprender esta técnica de artesanato entre em contado com o ateliê Espace Lepage.



Eu não sou vendedor de papel. O valor das minhas peças (não só monetário) está na mão de obra, na arte, na criação, na criatividade, no conceito de reciclar, reutilizar e na sustentabilidade.

Mais do que uma peça bonita o valor está na magia em transformar lixo em luxo.

Eu e a natureza agradecemos.

MM

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