segunda-feira, 13 de maio de 2013

Vivendo Bem - Estresse e Bruxismo: Um é Consequência do Outro?

Bom dia, amigos leitores e seguidores!

Hoje, na coluna Vivendo Bem, teremos um papo informal sobre estresse e bruxismo. Acompanhem!

Estresse e Bruxismo: um é consequência do outro?


Vida corrida, atribulada. Nem sempre temos disponibilidade para realizar tantas atividades ao mesmo tempo e, muitas vezes, não conseguimos dar conta de, ao menos, 50 por cento das nossas responsabilidades e compromissos assumidos. Parece sempre que a vida está por um fio. Quando o “combustível” acaba, ou nos sentimos cansados, sem o pique necessário para terminar o dia, dizemos que a culpa é toda do “stress”.  Mas você sabe o que é “stress”?

O estresse, da palavra inglesa “stress”, não é uma doença, mas sim uma resposta  às circunstâncias súbitas e ameaçadoras que nos coloca em estado de alerta, em “fuga ou luta” diante dessas circunstâncias. Nessa resposta, alguns hormônios são liberados e causam aceleração da respiração e dos batimentos cardíacos, aumentando o fluxo sanguíneo para o cérebro e o coração. Assim, quando “escapamos” ou “terminamos a luta”, nosso organismo se reequilibra e tudo volta ao normal. Em pequenas doses, o estresse até nos ajuda a tornar-nos mais produtivos, pois  ficamos mais alertas em relação às situações que vivemos. Mas... Quando o estresse passa da dose certa... Problemas à vista!

Hoje em dia, o estresse ganhou muitos sinônimos, como a ansiedade, estar nervoso, estar tenso, o nervosismo, a apreensão. Ficar frustrado, nervoso, ansioso ou irritado além da conta, pode desencadear uma série de sintomas, como cansaço excessivo, sonolência durante o dia, taquicardia, enxaquecas, tremores, sudorese, insônia, dificuldade para se concentrar, tonturas, boca seca, necessidade frequente de urinar, problemas para engolir, e muitos outros, como o bruxismo.


Sim! Bruxismo!  Com certeza, você já deve ter ouvido algum conhecido falar que acordou com a boca cansada ou dor nos dentes de tanto apertar os dentes durante a noite, não é? Pois então!

O bruxismo, ou briquismo, como nós dentistas o denominamos, é um hábito parafuncional (que não é uma função normal) que faz com que o paciente aperte os dentes de uma maneira ritmada durante o sono ou, menos prejudicialmente, durante o dia. Pode atingir qualquer idade e sexo, já que está relacionado ao estado de estresse ao qual estamos submetidos (quanto maior o nível de estresse, maiores são as chances de se apresentar o bruxismo).

Muitas vezes, o próprio paciente não percebe que tem bruxismo, só se dando conta do mesmo quando já encontramos a exteriorização dos problemas que ele causa: dentes desgastados, fraturas dentárias constantes, musculatura da bochecha bastante desenvolvida, mordeduras dolorosas da parte interna das bochechas, dores na musculatura mastigatória, estalos na região das articulações da mandíbula (as ATMs, ou articulações temporomandibulares), cefaleias intensas e, até, a irradiação de dores para a região do pescoço e das costas.


A frequência e a severidade do bruxismo estão diretamente relacionadas ao nível de estresse, portanto é de suma importância a visita constante ao seu dentista para se evitar maiores danos, tanto às estruturais dentais  como em todo o sistema estomatognático, tendo em vista que o bruxismo não tem cura, apenas controle.

No tratamento do bruxismo, o cirurgião-dentista é o profissional mais indicado para realizar o diagnóstico e indicar o plano de tratamento. Os fisioterapeutas podem dar suporte para alívio das tensões musculares e os fonoaudiólogos, a ajudar a detectar o bruxismo. No caso da odontologia, o tratamento mais indicado é a confecção de placas de resina acrílica que chamamos de placas interoclusais ou neuroclusais, popularmente chamadas de “placas de mordida”. Essas placas ajudam a reduzir  a tensão proveniente da superatividade dos músculos e protegem os dentes dos desgastes  decorrentes dos próprios movimentos de apertar e ranger.

Como dentista, eu costumo dizer que o tratamento do bruxismo é uma junção de esforços. As placas neuroclusais, as massagens, a acupuntura, entre outros tratamentos, apenas vão tomar conta da ponta da corda: o corpo físico. Há a necessidade de se encontrar as verdadeiras causas do bruxismo no dia-a-dia, reconhecendo que enfrentamos problemas que estão, muitas vezes, sem uma solução imediata, independentemente de nossa vontade. Quem não fica tenso com uma conta que está com o pagamento atrasado? Quem não fica nervoso ao ver que o filho não está indo bem na escola? Quem não se irrita com a demora do atendimento bancário? E quando se está desempregado há meses, sem nenhuma perspectiva de melhora?

Odontologicamente falando, os conselhos que posso oferecer são estes:

- nas crises de dor, prefira alimentos mais macios;

- não mastigue chiclete;

- evite abrir demais a boca, principalmente para comer alimentos como a maçã ou aqueles enormes sanduíches de hambúrguer;

- fique atento para identificar e evitar o apertamento/rangimento, quando você estiver tenso;

- mastigue sempre dos dois lados;

- não morda objetos como canetas, palitos de dentes, os cantinhos das unhas;

- sempre, sempre e sempre: CONSULTE O SEU DENTISTA PERIODICAMENTE!

Na vida, aprenda a identificar as ocasiões e/ou atividades que desencadeiam os sintomas e as situações que os reduzem. Busque ajuda na terapia, faça esportes, saia para dançar e se divertir com maior frequência, reúna os amigos sempre (porque amigos também são para essas coisas), faça relaxamentos e atividades ao ar livre, leia, desenhe, cozinhe, consulte um psiquiatra, faça psicoterapia. Tudo vale para diminuir a tensão psicológica e, consequentemente, os efeitos do bruxismo.

Vale a pena viver, pode ter certeza!

Grande abraço,

Lara

Um comentário:

  1. "Como dentista, eu costumo dizer que o tratamento do bruxismo é uma junção de esforços. As placas neuroclusais, as massagens, a acupuntura, entre outros tratamentos, apenas vão tomar conta da ponta da corda: o corpo físico. Há a necessidade de se encontrar as verdadeiras causas do bruxismo no dia-a-dia, reconhecendo que enfrentamos problemas que estão, muitas vezes, sem uma solução imediata, independentemente de nossa vontade."
    Hoje na terapia vocal as fonoaudiólogas disseram a mesma coisa, ou seja, a rouquidão e a perda de voz em sala de aula é causada por um conjunto de fatores. Devemos ter percepção quais sãos os pontos negativos e eliminá-los.

    ResponderExcluir