terça-feira, 14 de maio de 2013

Recriarte - É Certo Vender Arte?

Oi, pessoas supimpas!

Uma vez ouvi um desenhista dizer que arte não se deve cobrar. O cara era parecido com um bicho grilo, seus desenhos tinham umas pessoas tortas usando calças boca-de-sino e as imagens eram bem co
loridas, cheias de curvas, círculos, estrelas. Parecia o registro da visão de alguém que acabou de chegar de uma viagem de LSD nos anos 60.

O cara era chato, muito chato. Se achava. Ou pior, ele se tinha certeza. Desenhava para um jornal regional de uma cidade. Fico pensando se ele não cobrava por aqueles desenhos e me deu vontade de perguntar: Aí, Cara! Se eu não cobrar pelo meu trabalho, eu vou comer o quê? A sua irmã, seu babaca?

Numa outra vez eu fui eliminado de um concurso para uma vaga num curso de arte só porque, na carta de interesse, eu mencionei que iria usar o curso para fins profissionais.



Essa gente pensa o quê? Que artista vive de brisa? E todos aqueles anos de estudos, livros, pesquisas, materiais, noites em claro? Acham que foi tudo gratuito? Fala sério!

Gastronomia é arte e nem por isso como de graça. Cinema, teatro, shows também temos que pagar para assitir. Se não pagamos, os patrocinadores ou sei lá quem, é que pagam. Podem ter certeza de que os artistas recebem seus cachês e muitas vezes até adiantados.

"Ah, mas artista de rua não cobra!" Correto, não cobra porque é proibido cobrar nas ruas e lá não são as pessoas que o procuram e sim ele quem procura as pessoas para divulgar sua arte. É outra estória.

Se eu sou contratado por um jornal para fazer desenhos, isso é trabalho e mereço ser bem remunerado para tanto. E se um sujeito quer uma obra exclusiva, só para ele e seus mais chegados ficarem admirando em sua mesa, parede, teto ou chão, tem que pagar mesmo. E vai pagar o devido valor sem pechincha.

Me vendi? Sou mercenário? Faço meu trabalho, produzo minhas obras e as consumam quem quer!


Aquele abraço,

MM

Um comentário:

  1. Vivemos em um sistema capitalista e "ideologia não paga minhas contas" By Regiane Ferreira.

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