quarta-feira, 9 de outubro de 2013

De Malas Prontas - Tiradentes, MG

As cidades históricas de Minas Gerais são encantadoras, não apenas pelo aspecto histórico que carregam, mas também pela arquitetura, artesanato e belas paisagens que possuem. Cada uma tem a sua importância particular na construção da história do nosso país e, com Tiradentes, não foi diferente.


A denominação Tiradentes só foi oficializada em 06 de dezembro de 1889, a pedido de Silva Jardim, quando os republicanos, em visita cívica à cidade, então chamada de Vila de São José, propôs que, ao invés de o nome da cidade continuar homenageando D. José, futuro rei de Portugal quando o Arraial Novo do Rio das Mortes foi elevado à categoria de vila com o nome de Vila de São José em 1718, se mudasse o nome para Tiradentes, em homenagem a Joaquim José da Silva Xavier, o "Tiradentes, já que a mesma era a cidade natal dele.

Fundada em 1702 por paulistas que descobriam ouro nas encostas da Serra de São José, o arraial surgido ganhou o nome de Santo Antônio do Rio das Mortes, posteriormente conhecido como Arraial Velho para diferenciá-lo do Arraial Novo do Rio das Mortes, área conhecida hoje como São João Del-Rey, cidade da qual nós já falamos, inclusive.


A cidade viveu intensamente o Ciclo do Ouro e foi um dos mais importantes centros produtores de Minas Gerais. Com a queda na produção de outro, a cidade caiu no esquecimento, sendo redescoberta em meados do século XX, quando o conjunto arquitetônico da cidade foi tombado pelo então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 20 de abril de 1938. Justamente pelo tempo em que foi esquecido, esse conjunto arquitetônico apresenta-se praticamente intacto aos olhos dos visitantes.

Cidade acolhedora, com um povo que recebe os visitantes de braços abertos. Excelente culinária, com seus pratos doces (canudo de doce de leite, doce de leite, ambrosia, biscoito de amendoim, pé de moleque) e salgados (feijão tropeiro, tutu mineiro, frango a molho pardo; frango com "ora pro nobis", feito com uma erva trepadeira de grande teor nutritivo) típicos. O artesanato apresenta peças em madeira, pedra sabão, latão, folha de flandres, tecelagem prata de toda a região, além das lojinhas com pedras de todas as cores e tamanhos.


As construções para se visitar são várias, como a Matriz de Santo Antonio (a segunda igreja em ouro do Brasil e onde se pode ver um órgão de 1788, um dos quinze instrumentos musicais mais importantes do mundo), a Casa do Padre Toledo (hoje Museu Casa de Padre Toledo; nesta casa morreu o padre Toledo, um dos cabeças da Inconfidência Mineira; a casa serviu como local para reuniões dos inconfidentes), a Antiga Cadeia Pública (ainda como Vila de São José, a cidade foi uma das poucas a possuir cadeia em prédio próprio e separada do prédio da Câmara Municipal) e a Casa da Cultura (construída no século XVIII, possui 280.000 documentos do acervo do Arquivo Ultramarino de Portugal e referentes ao Brasil Colonial). Apenas alguns exemplos das muitas coisas que se têm para visitar por lá.

Passear de Maria Fumaça pela antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas é muito bacana. A ferrovia, inaugurada em 1881 com a presença do Imperador Dom Pedro II, continua funcionando ininterruptamente até hoje neste trecho entre Tiradentes e São João Del-Rey. As locomotivas são uma atração à parte e as que estão em funcionamento são do início do século XX. São 12 quilômetros de extensão, com saídas às sextas, sábados e domingos. Há, também, o Balneário de Águas Santas, com fontes termais radioativas de temperaturas superiores à ambiente e infraestrutura completa para o lazer, com parque, hotéis, restaurantes e vários cursos d'água para se conhecer, alguns com cachoeira, inclusive.


Desde 1998, a cidade apresenta anualmente a Mostra de Cinema de Tiradentes e vale imensamente uma visita na ocasião da Semana Santa. Eu recomendo de olhos fechados!

Mais informações no Site Oficial de Tiradentes, MG.

Bom divertimento!

Abraços,

Lara

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