terça-feira, 8 de outubro de 2013

Recriarte - Nossos Brinquedos

Oi, criançada supimpa!

O dia da criança está chegando! O que vocês vão ganhar?

Quando eu era criança, eu ganhava caminhões de madeira que minha mãe comprava na feira. Era um brinquedo feito todo à mão. E eram perfeitos, alguns tinham detalhes. Até hoje, quando vejo um daqueles caminhões, me bate uma saudade daqueles tempos em que não tínhamos video games. Aqueles brinquedos nos obrigavam a sair de casa e ir para a calçada ou à casa do vizinho.



Corbis Images

Bonecos musculosos de plástico com armas e armaduras, jogos de montar como o Lego de hoje, carrinhos de ferro, nem toda criança podia ter. Eram caros. Por isso, tínhamos que apelar para nossa criatividade, cortando as portas dos carrinhos de plásticos para abrí-las, pintando os carrinhos e colando papeis simulando patrocínio de carros de corrida. Tudo artesanal.

Um vizinho fazia uma espécie de escavadeira utilizando blocos de madeira, fios e uma lata vazia de algum produto em conserva. De escavadeira não tinha nada, mas eu me divertia muito com aquilo tentando pegar areia com a lata, mexendo as alavancas do brinquedo.



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O tapete da sala virava um campo de batalha com as dezenas de soldadinhos que vinham junto com o doce de maria-mole. Folhas de cadernos velhos viravam barracas e móveis como mesas e sofás, eram quartéis. Qualquer caixa de papelão servia de garagem para meus carrinhos e as ruas, eu delimitava com palitos de fósforos enfileirados. Tínhamos que improvisar muita coisa e era muito divertido.

Eu dava vozes aos meus bonecos. Acho que toda criança da minha idade já teve potencial para ser um grande dublador. Criávamos verdadeiras peças de marionetes, fantoches e outros bonecos e tudo no improviso, sem ensaios. Não tínhamos plateia, mas o prazer estava na própria encenação.



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As meninas maquiavam suas bonecas, arrumavam os cabelos delas e, dependendo do tamanho das bonecas, vestiam suas próprias roupas nelas. Davam festas com bolos e refrigerante. Os meninos bonzinhos eram convidados.

Sempre gostei de jogos de montar, o meu preferido eram as “pedrinhas”, um jogo com tocos de madeira pintados e texturizados com formas de janelas, ladrilhos e tijolos, para fazer casinhas e coisas do tipo. Eu também gostava dos jogos de tabuleiro. Jogava ludo, damas e xadrez. Hoje não tenho paciência para jogar xadrez, preciso deixar a ansiedade de lado e voltar à minha velha forma.

Na escola, fazíamos brinquedos com embalagens e outras coisas. Já fiz um robô e foguetes com potes de iogurte. Tinha uma coisa que era o terror de muita gente que não gostava de barulho. Era um barbante encerado preso ao fundo de um pote de plásticos que ao ser friccionado fazia um barulho como um cacarejar de galinha.



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Cheguei a fazer pipas para vender aos amigos. Mas meu pai é que fazia umas invocadas! Tinham formas de estrela, 14 Bis e outras coisas.

Os vizinhos não nos deixavam descer a rua com carrinhos de rolimã. Faziam muito barulho e eles queriam ver a novela. Dava o maior trabalho fazer um carrinho daqueles para depois ficar encostado.

Será que a criançada de hoje sabe o que é fazer seu próprio brinquedo artesanalmente? Se tivessem que fazer um, o que fariam? E será que iriam se divertir com o que fizessem?

Ah, que saudade do caminhãozinho de madeira!

Abraços do MM!

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