sábado, 5 de outubro de 2013

Sobre Tombos e Voos

Oi, pessoas supimpas!

Já levaram tombo na vida? Me refiro àqueles tombos mesmo, aqueles bem engraçados. Claro que não para quem levou e sim para quem viu.

Quando eu era criança, vivia com os joelhos ralados! Cair fazia parte da minha rotina diária. Amarrava um lenço ou coisa parecida no pescoço, colocava uma máscara de papelão que eu comprava no empório da esquina e saía “voando” pela rua, me vendo como um super-herói qualquer. Não salvava pessoas, não perseguia bandidos, apenas voava. Voar que é legal! E apesar de não ter nenhum inimigo para lutar contra, meu prazer terminava com um belo tombo.  Bastava voar para cair!


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A empolgação era tanta que eu nem olhava para onde estava voando.  Postes, paredes, degraus, pessoas eram o que me impediam de voar ao colidir com eles. Felizmente, nunca teve carros nesta lista! Na verdade teve, mas este estava parado. Me lembro claramente como foi este tombo. Estava eu a voar ou correr com alguns amigos rua abaixo. Mas estávamos na calçada. A calçada era curta, então me adiantei para ficar em primeiro me orgulhando de tal feito. Um carro havia acabado de estacionar ao meio-fio a poucos metros à nossa frente. Não o vi, assim como o motorista também não me viu. Então ele abriu a porta onde me estatelei com peito e cara. Como se não bastasse, meus amigos que estavam atrás também colidiram, só que em mim. E cada um que chegava ia colidindo com os colididos. E eu, sendo o primeiro da fila, servi de amortecedor aos outros, aguentando todo o baque que cada um trazia. “Ei, o que é isso?”, disse o vizinho, dono do carro. Naquele momento nem eu sabia o que havia acontecido. Estava com a maior dor no peito.

Eu não sei porque minha mãe sempre colocava aquele tapete no chão encerado da varanda. E eu também não sei porque trombones, eu sempre abria a porta da sala e saia correndo para a rua sem a menor necessidade para tanto. O caso é que numa dessas vezes, eu pisei no tal tapete e “surfei” pelo chão da varanda até me esborrachar no chão. E aquele vizinho que gostava de tirar um sarro da cara dos outros, não escolheu melhor hora para estar passando por ali naquele momento. A gargalhada dele fez até eco!

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Pior mesmo é cair enquanto estiver fazendo um favor para alguém. Que raiva! Estava na sala de aula e um amigo me pede para chamar uma amiga que estava na fileira ao lado da minha. Eu gentilmente fiz o favor de chamá-la, mas ela estava tão entretida na lição que tive que chamar de novo. Mesmo assim, ela não ouviu. Devido às circunstâncias do momento, não podíamos falar alto na sala de aula, então me inclinei um pouco para chamá-la mais uma vez. Na verdade, acho que me inclinei demais a ponto de minha cadeira vira e me levar ao chão. E então ela percebeu que eu a estava chamando. Toda sala percebeu!

E por falar em escola, tombos na escola são os mais divertidos para quem vê e os mais humilhantes para quem leva. Embora ri muito de um tombo que eu mesmo levei, quando um amigo descreveu a visão dele me vendo cair. O caso é que eu estava indo para a sala e, à certa distância, eu quis correr e quando chegasse próximo à sala eu deslizaria naquele chão liso até chegar à porta e entrar. Foi tudo meticulosamente calculado, não sei o que deu errado. Só sei que eu corri, deslizei e quando cheguei à porta não parei, continuei deslizando. Até aí tudo bem, se eu continuasse a deslizar, mas não foi bem isso que aconteceu. A porta estava aberta e quem estava lá dentro me viu passar direto deslizando, vendo pela janela minha cabeça abaixando, meus braços se levantando, meus pés para cima e por fim aquele barulho soando como um “plaft”!

Nesta mesma escola – cheia de salas e escadas, um cenário perfeito para a prática de le parkour – levei outro tombo digno de plateia. Estava eu a descer, correndo as escadas em ziguezague e saltando três degraus a cada patamar e me orgulhando de tal habilidade. Eu pegava impulso segurando no corrimão e, no último estágio, não consegui tirar a mão do corrimão. Assim, minhas pernas foram mas o resto do meu corpo ficou me fazendo cair de costas. Foi um tombo clássico! Ao cair, fiquei esperando pelas gargalhadas que não houve. Achei muito estranho aquele silêncio! Me levantei e não vi ninguém! O lugar estava totalmente vazio. E isso me deixou muito incomodado, pois saí de lá com uma sensação de que tinha alguém vendo tudo aquilo escondido, numa posição privilegiada e se acabando de rir. É sério, é bem melhor quando riem na sua cara.

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Eu não sei o que há de tão engraçado nos tombos. E é uma coisa estranha porque não é algo que provoca instantaneamente o riso. Primeiro, vemos se a pessoa se machucou e, ao constatar que está tudo bem, aí a coisa fica engraçada.

Enfim, tombos todos levamos na vida. Deixam cicatrizes e humilhações, mas nem por isso devemos permanecer ao chão. Temos que nos levantar, rir da situação e alçar novos voos. Quanto maior o voo, maior o tombo? Talvez, mas se não voarmos com medo de cair, jamais chegaremos onde queremos.

Abraços do MM!

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