quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Do Museu à Balada - Cinema: O Homem que Queria Ser Rei

O Homem que Queria Ser Rei (The Man Who Would Be King, EUA/GRB, 1975)


Nós adoramos assistir a um bom filminho. Antigo, estreiando, online, no Youtube ou comprando DVD, sempre estamos às voltas com uma lista de filmes para conferir. Assistimos aos mais variados gêneros, indo do trash-cômico até aos mais heróicos. O importante é assistir e se divertir.

Já tinha algum tempo que o meu maridão, o JH, estava tentando conseguir um link para assistirmos ao "O Homem que Queria Ser Rei". Essa busca já vinha desde a época em que ele morou em Paraty, RJ. Ele falou tanto deste filme que acabou despertando a minha curiosidade. Como é um filme já um pouco antigo (1975), o título não estava disponível para locação. Ligamos em várias locadoras e nada de achá-lo.

O tempo passou e, finalmente, o JH encontrou um link para visualização online! Assistimos, com legendas em português de Portugal. Uma paradinha aqui, outra paradinha ali, aquelas travadas básicas que toda transmissão online não deveria ter, mas conseguimos assistir. Que filme bacana! Não somente pela história apresentada, mas pelos ensinamentos que traz.


Em um sábado, passeando aqui em Santos, SP, descobrimos um sebo de DVDs! Que paraíso! Filmes, CDs e livros usados e novos, uma infinidade de títulos para todos os gostos. Paramos para olhar as vitrines da loja e, pasmem, o que eu vejo em uma das gôndolas? O DVD de "O Homem que Queria Ser Rei"! Não pestanejei um segundo mais e comprei para curtirmos em casa. Eu gostei tanto do filme que quis fazer esse texto para compartilhar com os nossos leitores, o quão bacana é o filme e o quanto vale a pena vê-lo.

Co-produção anglo-americana feita em 1975, este filme é baseado na obra homônima de Rudyard Kipling e dirigido por John Huston. Huston tentava fazer este filme desde a década de 1950! Importante, não? Se passaram tantos anos que ele considerou atores de gerações distintas para fazerem os papéis dos dois soldados, como Clark Gable, Humphrey Bogart, Burt Lancaster, Kirk Douglas, Paul Newman e Robert Redford. Paul Newman, ao ler o roteiro, achou que os papéis cairiam como uma luva para Sean Connery e Michael Caine. Huston acatou a sugestão e o filme foi um sucesso com Caine e Connery.

O filme narra a história de dois ex-soldados britânicos, Daniel Dravot (Sean Connery) e  Peachey Carnehan (Michael Caine), que vivem na Índia do século XIX. Expulsos do exército britânico, eles vivem de golpes e armações, até que encontram Rudyard Kipling (interpretado por Christopher Plummer), representante de um jornal de grande circulação, tornam-se amigos e fazem com que Kipling seja testemunha de um contrato onde se comprometem a se tornarem reis do Cafiristão, terra longíqua e inexplorada, onde o último homem branco a pisar foi Alexandre, o Grande.


Na redação do jornal, Kipling recebe a visita de um velho esfarrapado e aparentemente desorientado, que começa a contar os acontecimentos de forma pausada para fazer com que Kipling o reconheça. Aquele velho é Peachey, que volta do Cafiristão como o único sobrevivente dessa aventura. Sendo assim, a história é contada a partir do que Peachey relata a Kipling, onde ele conta sobre as aventuras e desventuras que ele e Dravot tiveram até conseguirem chegar ao Cafiristão e, desta terra, se tornarem reis.

Após algumas lutas, Dravot e Peachey acabam sendo considerados como seres divinos pelos habitantes do Cafiristão, até que uma situação coloca Dravot como mandatário maior da nação: após ser ferido em batalha por uma flecha (que estaqueia a bandoleira de couro que estava por baixo de sua roupa) e não sangrar, nem morrer, os habitantes o tornam rei ao ver o símbolo do compasso e do esquadro que Dravot traz em uma corrente ao pescoço. Os habitantes reconhecem o símbolo como uma indicação de que Dravot é herdeiro de Alexandre, o Grande, já que o mesmo símbolo estampa uma arca de Alexandre.

Sim. Dravot, Peachey e Kipling são maçons e, norteando-se pelos princípios maçônicos, Dravot e Peachey trazem ordem e prosperidade ao Cafiristão, até que Dravot quebra o contrato ao escolher uma noiva para si. Roxanne, a noiva, não aceita o fato de ser escolhida e morde Dravot, que sangra, mostrando a todos que, se ele pode sangrar, ele não é uma divindade.


O roteiro é baseado na filosofia maçônica e traz vários ensinamentos da maçonaria. Várias participantes do filme, como o próprio Sean Connery, são maçons, inclusive. Mas a principal mensagem do filme não é a alusão à maçonaria propriamente dita, mas sim que os homens, quando estão tomados pelo poder, orgulho e pela vaidade, podem quebrar os seus princípios mais sacramentados e acabar perdendo até mesmo o mais precioso bem que dispõe: a própria vida.

Curiosidades:
- Michael Caine diz que, quando se for, quer ser lembrado por este filme após a sua morte.
- Sean Connery considera este o melhor papel da sua carreira.
- Shakira Caine, esposa da Michael Caine, interpreta Roxanne, a noiva. Detalhe: ela não era atriz e nunca havia atuado antes.
- "The Man Who Would be King" é a nona faixa do álbum "The Final Frontier", da banda Iron Maiden. Rock também é cultura!
-  o filme foi indicado a quatro Oscar (melhor direção de arte, figurino, edição e roteiro adaptado), dois BAFTA (melhor direção de fotografia e figurino) e um Globo de Ouro (melhor trilha sonora original, assinada pelo super maestro Maurice Jarre).
- nem tudo são flores: depois do sucesso do filme, Michael Caine e Sean Connery, decidiram processar os produtores por distribuição indevida dos lucros. Os dois ganharam a causa e receberam 250 mil libras cada um.



Ficha técnica:
- elenco original: Sean Connery, Michael Caine, Shakira Caine, Christopher Plummer, Saeed Jaffrey, Jack May, Doghmi Larbi.
- idioma: inglês.
- gênero: drama, aventura.
- duração: 129 minutos.
- produção: Columbia Pictures.
- ano do lançamento: 1975.


Vale a busca! Excelente filme! Eu recomendo!

Abraços,

Lara

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