terça-feira, 29 de outubro de 2013

Numa Folha Qualquer - Enfim, Só por Hoje

Oi, pessoas supimpas!

Ficar sozinho é bom? Talvez! Será? Antes só do que mal acompanhado, mas até quando?



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Conheço muita gente que tem pavor de ficar sozinha. Acabam arrumando companhias não muito agradáveis achando que tais pessoas vão suprir a necessidade de ter alguém. Acredito que ninguém gosta mesmo de ficar sozinho todo o tempo, mas a pior solidão é a solidão acompanhada. Duas pessoas, estão ali presentes fisicamente mas estão bem distantes em outros quesitos. E pior, estão amarradas uma a outra impedindo que cada uma vá à busca de sua verdadeira companhia ou de seu sossego.

Todos nós precisamos de um tempo só, às vezes, para colocarmos certas coisas nossas no lugar. Infelizmente tal momento, muitas vezes, não é respeitado pelo companheiro.  Num relacionamento dizer “preciso de um tempo só” pode significar um desastre. Um só quer algumas horas ou um fim de semana sozinho de sossego, mas o outro entende outra coisa. E por mais que se explique o outro vai pensar as piores bobagens possíveis. O mais engraçado é que o outro também precisa deste momento. Não ao mesmo tempo, mas uma hora ou outra vai precisar ou já precisou. Todos precisamos.

Às vezes é muito bom ficar em casa sozinho deitado na cama, olhando para o teto, ouvindo uma música boa. Ou fazendo uma caminhada pela cidade, num parque, sem compromisso, sem horário para chegar. Isso relaxa, faz bem para a mente. É uma limpeza interior. Uma higiene mental.



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Vivemos em sociedade mas não somos o outro. Devemos ter nossos momentos de intimidade onde temos aquelas coisas que só nós sabemos, conhecemos, pensamos e que não nos interessa compartilhar. Infelizmente muita gente não entende isso. Eu mesmo sou muito introspectivo, vivo viajando mentalmente. Já fui criticado por não compartilhar momentos em que ando no mundo da lua. Ora, são momentos meus, coisas que só interessam a mim e não me sinto à vontade ou com a necessidade de compartilhar. Ohhhhhh... Seria algo criminoso? Um atentado terrorista? Algum plano diabólico para dominar o mundo? Como a tendência das pessoas é sempre desconfiar e pensar em algo ruim, não duvido que imaginem essas hipóteses sobre mim ao invés de pensarem coisas como “Ah, ele só quer descansar”, “Ele só quer curtir a natureza” ou “Ele só quer ouvir sua música favorita sem ninguém enchendo o saco”.

Não vamos confundir ficar sozinho com solidão. Estou me referindo aqui àqueles “momentos” em que necessitamos ficar sozinhos por algum motivo qualquer. Solidão é outra coisa. Solidão é quando não queremos estar sozinhos e sentimos falta de companhia. Assim como temos momentos em que queremos ficar a sós, temos também outros momentos em que queremos estar com alguém, com amigos, com familiares, enfim. E às vezes tais pessoas não estão presentes. Sentimos a falta dessas pessoas. Algumas estão longe, outras não estão mais aqui, outras estão na porta ao lado, mas que, por orgulho, não as procuramos.

Queremos estar perto mas não o bastante para não sermos sufocados, e não tão longe a ponto de sentirmos falta. Às vezes precisamos tanto de alguém mas, pela cacetada do destino, esta pessoa está num momento em que ela precisa estar mais sozinha. É complicado essa coisa de relacionamento.

Me lembrei de um trecho do texto de Martha Medeiros, A Dor que Dói Mais: “Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã.” Você pode estar no seu momento sozinho mas sabe que tem alguém por perto ou que uma hora ou outra pode ir até a pessoa. Isso não é solidão. Solidão é não ter mesmo ninguém por perto. Distante tanto no espaço quanto no tempo.



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Amigos são coisas valiosas. Se você tem conserve-os. Saia com eles, encontre-os, visite-os e, acima de tudo, respeite os momentos que eles precisam ter com eles mesmos.

Abraços do MM!

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