terça-feira, 22 de outubro de 2013

Petlovers - Meus Cães - Parte II

Oi, pessoas supimpas!

Depois que o Moleque sumiu não tivemos outro cachorro, até os meus treze anos, quando veio o Hulk. Uma vizinha apareceu oferecendo dois vira-latas. Um ficou com a vizinha da frente, o outro com meu amigo. A mãe dele não queria cachorros de jeito nenhum. Me lembro de quando ele apareceu com um filhote de um amigo para mostrar à mãe e ela gritou “Leva essa coisa pra fora daqui!”. E ele aceitou o filhote da vizinha sem consultar a mãe antes.

Eu sabia que a mãe dele iria expulsar o cachorro de lá e fui com ele na esperança dele ficar comigo. E foi o que aconteceu, pois ao chegar com o filhote a mãe disse coisa parecida como da outra vez. Mas ele insistiu chorando. Enquanto os dois discutiam os prós e contras em ficar com o filhote eu brincava com ele na garagem. Por fim, quando meu amigo se deu por vencido eu perguntei se podia ficar com ele. Já tinha consultado minha mãe e ela tinha deixado. Mas meu amigo não me deu o filhote, quis devolvê-lo à vizinha. Então fui lá na vizinha, pedi e ganhei!




Meu amigo ficou aos prantos, muito chateado e eu muito feliz por ter ganhado um cachorro. Naquele momento aquele filhote era tudo para mim. Chamei-o de Hulk, mas nem me lembro porque, pois em nada se parecia com o tal personagem.

Eu não admitia que o Hulk fosse um vira-latas e não gostava quando o classificavam dessa forma. Eu queria que fosse um pastor alemão. Ele tinha cara, alguns até achavam que fosse, mas não era nem de longe um desses. Conforme ele foi crescendo fui aceitando sua condição de ser um sem raça definida. Depois passou a ter cara de fox terrier e com esse era bem mais parecido. Atingiu o porte médio e parou por aí.

Era inteligente. Não podia ouvir a palavra “passear” que já sabia o que significava. Ficava impaciente aos domingos, pois era o dia em que sempre o levávamos para passear numa praça. Eu não sei como ele sabia quando chegava o domingo, mas minha mãe disse que ele associava a fatos como meu pai estar em casa, vizinhos lavando carros com o rádio ligado e crianças brincando na rua.

Era bem manso, só não gostava quando mexiam na comida dele ou tentassem tirar a sua bolinha ou algum outro brinquedo. Bastava dizer “Dá” que ele já sabia que queriam algo dele.  E quando dizíamos “Tó” ele vinha correndo porque sabia que iria ganhar algo legal!

Na hora das refeições ele ficava na porta da copa, pois sabia que iria ganhar uns petiscos. Ele gostava que jogássemos pedaços de comida para o alto para ele pegar pulando. Comia se divertindo. Foi meu pai quem o acostumou a fazer isso.




Eu gostava de bagunçar seus pelos, principalmente os da cara! Ele se sacudia para arrumá-los. Gosto de cachorros peludos e bagunceiros, mas o Hulk até que não bagunçava tanto. Minha mãe ficava de olho. Ele adorava quando tinha visitas em casa e era comportado com elas.

Com o passar dos anos foi adoecendo. Ele tinha algo no coração e mostrava certa dificuldade em respirar.  Me lembro que era ano novo, estavam soltando fogos e ele já nem ligava mais. Meu pai disse “É, Hulk, acho que desse ano você não passa!” E não é que passou? Se recuperou e viveu mais um tanto.

Aos quatorze anos já se encontrava bem debilitado. Eu acordei, tomei café e levei um pedaço de bolo para ele. Estava deitado e se levantou com dificuldade para vir até mim. Aproximei o pedaço de bolo da sua boca, mas ele não quis comer. Ficou apenas ali do meu lado parado e eu me sentei ao lado dele. Ficamos assim por um bom tempo e depois tive que sair para trabalhar. Foi nesse dia que ele se foi.

Minha mãe me contou que ele se levantou, foi para perto dela, depois foi até minha prima e entrou em casa para ver meu pai, que estava doente e de cama.  Depois saiu, voltou para seu lugar e se deitou para ter seu merecido descanso.

Algo me dizia que ele iria naquele dia. Mas não fiquei triste. Senti muito sua falta, mas não fiquei triste. Quando me lembro dele sempre vejo os bons momentos que tivemos, e foram todos.




Depois dele, minha mãe não quis mais cachorros. Tivemos certo trabalho no fim da vida dele quando corríamos com ele ao veterinário. Em algumas vezes eu o levava nos braços, e como ele era pesado apesar de não ser tão grande. Minha mãe diz que se for para ter outro cachorro teria que ser bem pequeno, pois é melhor para levar ao veterinário. Mas, poxa vida, se é para pensar assim é melhor não ter mesmo.

Teve um dia que me peguei indo para o quintal chamá-lo para jogar um pedaço de pão. E foi bem depois dele ter morrido. Ainda sinto a falta dele.

Abraços do MM!

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