sábado, 1 de junho de 2013

Numa Folha Qualquer - Mulheres de Marte, Homens de Vênus

Um dia escreveu Mário Lago, "Amélia é que era mulher de verdade"... Mas isso foi lá no século passado, faz muito tempo e, claro, o tempo passou, as coisas mudaram e as pessoas também.


Não vemos mais tantas "Amélias" por aí. O que vemos são mulheres mais independentes (principalmente no aspecto financeiro), que não aceitam mais "ordens" de seus maridos e namorados, que não aceitam mais que eles as façam de "empregadas", que não são só mães e "do lar". São muito mais que isso, pois estudam, trabalham, se divertem, optam por ter ou não filhos e são mais fortes, até emocionalmente. Aquele estereótipo de que se deve obedecer ao sexo oposto, aceitar calada, hoje em dia é muito raro, é passado. Muitas mulheres pensam "como homens", são mais práticas, dividem a conta ou a pagam, se isso for necessário, fazem sexo no primeiro encontro ou sexo casual. Claro, vão se apaixonar, amar, sofrer, casar e seguir um ciclo, mas também podem não fazer isso, basta querer ou não; seguem mais seus instintos, não os mais primitivos, mas sim os que mais lhes agradam, embora isso tenha um preço.



Mulheres assim assustam alguns homens e isso nem é tanta culpa deles, pois, por muito tempo, eles tinham que ser os únicos provedores, tinham que ter “filho homem” (para perpetuar a raça e o sobrenome) e se não o tivessem, a culpa era da mulher; eles podiam fazer o que quisessem porque não seriam contestados, já que tudo ficava "embaixo dos panos" e as mulheres fingiam que estava tudo bem porque era melhor ter um casamento, mesmo que ruim, do que ser divorciada (que bom que esse tempo já não é mais o mesmo).

Mulheres cresciam obrigatoriamente prendadas, aprendiam a cozinhar, costurar, bordar, cuidar dos filhos e do marido, sem nunca reclamar, pois deveriam obedecer a seus maridos; ouviram isso uma vida inteira e sentiam um prazer imenso fazendo tudo isso. Não que estivesse errado, de forma alguma, mas nada imposto é saudável e prazeroso. Hoje podemos fazer isso, com toda a certeza, mas não obrigatoriamente e até os homens podem, se quiserem, praticar essas coisas; alguns fazem, outros cozinham divinamente (prova disso é a quantidade de chefs que existem). E tem outra coisa: com as mulheres trabalhando fora e estudando, os afazeres domésticos devem ser divididos tanto para ajudar a companheira, quanto para ajudar a mãe ou outra mulher que more na mesma casa; no caso do homem que mora sozinho, desde que seja de sua vontade, ele pode aprender tudo.



Estou falando de umas duas gerações atrás mas, com certeza, todos sabemos como foi e até como algumas pessoas ainda gostariam que fosse. Existem pessoas que ainda vivem desse jeito por sua própria imposição, à sombra do outro, e isso não é amor e nem chega a ser relacionamento. Tem que ter amor, companheirismo, diálogo, desejo que o outro galgue degraus próprios; cada um tem que ter a sua individualidade pois assim, e só assim, conseguirão caminhar lado a lado, nem um mais à frente e nem um mais atrás, sem competições.

O que eu vejo muito por aí, infelizmente, é uma realidade brutal, em que algumas mulheres, atrás dessa "tal liberdade", se vulgarizam tanto que acabam sendo taxadas de "piriguetes e fáceis". Aí, os homens vão achar que todas são assim, o que também é uma pena pois, às vezes, eles podem deixar uma excelente pessoa “passar batido” por generalizar, embora o mesmo aconteça com as mulheres.

Eu sou contra expectativas. Vejo atitudes, olhares, palavras, penso sempre no "não vai dar", não por ser pessimista, mas sim, posso até dizer, por defesa, porque o que vier de bom, será muito bom.

Claro que existem aproveitadores que, ao verem esse quadro, se passam por lobo em pele de cordeiro. Claro que existem os cordeiros verdadeiros, homens que de fato desejam ser amados e que se deixam amar; então vamos todos abrir os olhos e o coração e enxergar de verdade as pessoas ao nosso redor e dar uma chance real para nós, para sermos felizes e, se não aparecer ninguém, que vivamos felizes com a pessoa que importa: nós mesmos!



Amor próprio. Se você se ama, conseguirá amar alguém e se permitir ser amado mas não se iluda, pois a ilusão não permite que a verdade seja enxergada, ou até pior: faz enxergar o que de fato não o é; portanto, cuidado com as armadilhas preparadas por vocês mesmos!

Sejam fortes, Mulheres de Marte, e vocês, Homens de Vênus, não se assustem porque, na verdade, somos todos da Terra!!

Grande beijo, Marília!

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