sábado, 17 de agosto de 2013

Numa Folha Qualquer - Chatos, Cricris e Pernilongos

Olá, pessoas supimpas!

Eu não sei como é aí na sua cidade, mas em São Paulo está difícil fazer uma caminhada sossegado. Alguém aí já conseguiu a proeza de andar em São Paulo sem ser importunado por alguma pessoa?

Pedintes, vendedores, religiosos... Tudo bem que as pessoas precisam comer, trabalhar, etc., mas e se você não tiver o que elas querem e não se interessar pelo que elas oferecem? Se essas pessoas se contentassem com um "Não" tudo bem mas o problema é que elas insistem. E isso é muito chato.

Esmolas eu não dou mais. A não ser que o indivíduo me prove que está realmente precisando como ele quer que eu acredite. Eles vêm com várias estórias. Alguns precisam comprar remédios, outros precisam de dinheiro para uma passagem para ir lá pros cafundó, outros estão há dias sem comer, etc. Você pode achar que eu sou um tremendo de um pão duro mas o caso é que na maioria das vezes em que dei alguns trocados acabei me arrependendo. Gastaram meu dinheiro suado com pinga. Cheguei a ver um garoto entrando numa casa de jogos eletrônicos. Ele me disse que era para pegar o ônibus para ir para casa.  Eu só não o estrangulei porque estava atrasado para o serviço e meu ônibus já estava vindo. Pelo menos ele gastou com diversão. Tem uns que gastam com drogas.

Com meu pai acontecia a mesma coisa. Quando aparecia alguém pedindo dinheiro dizendo que estava com fome ele o levava até alguma lanchonete por perto e pagava um lanche para a pessoa. Ai dela se não comesse tudo. Já vi gente largando a comida logo depois que dobra a esquina.

Tem uma mulher que apareceu várias vezes aqui em casa pedindo uma ajuda (em dinheiro, claro) para enterrar uma menina que havia morrido de AIDS. Ela aparece pelo menos uma vez por ano e já faz tempo que ela veio a primeira vez. Fico imaginando o estado do corpo da menina depois de todo esse tempo sem ser enterrada. Será que foi mumificada?

Como nunca tive sorte com isso, na dúvida prefiro não dar. Não quero contribuir com essas safadezas que tem aos montes por aí. Acho melhor ajudar essas casas de assistências e mesmo assim é bom verificar antes a idoneidade das associações.

Além de ser parado por pedintes tem os vendedores. E tem uns que são muito chatos. Eles querem provar que o produto que eles estão oferecendo vai fazer a sua vida melhorar muito e que você jamais será feliz sem aquilo. Tudo bem que eles querem vender mas acontece que eu não quero comprar. E se um não quer dois não brigam, não é mesmo?  Me lembrei de um chato que ficou muito bravo por eu não ter feito uma assinatura de uma revista. O engraçado é que ele tinha me dado o "meu brinde" (uma revista amassada já fora de época) e depois tomou o "meu brinde" de volta. Foi aí que eu entendi porque a revista estava amassada. É que cada um que devolvia o "meu brinde" amassava só para sacanear... E eu segui a tradição.

E nas lojas de calçados? Você não pode virar a cabeça em direção a elas que já sai alguém de lá de dentro falando aquela frase padrão "Três vezes no cartão, cheque pré-datado, desconto à vista, blá blá blá..." Uma vez eu fiz uma sacanagem. Parei em frente a uma vitrine na parte que ficava mais distante da porta da loja. Esperei algum vendedor sair de lá de dentro e vir até mim. Quando ele chegou bem perto saí bem antes dele começar a falar.  Maldade? Pode ser, mas pelo menos acho que da próxima vez ele vai esperar o cliente o chamar se estiver a fim de comprar algo.

Você gosta de teatro? Me arrependi de dizer "Sim" para um sujeito que me fez essa pergunta na saída de uma feira de utilidades domésticas.  Acho que perdi meia hora tentando fazê-lo entender que não estava a fim de me associar àquela revista de entretenimentos. Fiz um juramento depois daquele dia. Responder com um "Não" quando alguém me fizer essa pergunta, mesmo gostando de teatro.

Tem também os religiosos. Nada contra os mórmons, testemunhas de Jeová, evangélicos, etc., mas se eu estiver a fim de ouvir a palavra de Deus falo diretamente com ele, certo?

Bem... O caso é que foi pensando em todas essas coisas que eu criei uma camiseta para as pessoas que gostam de andar pela cidade sem ter os seus devaneios interrompidos bruscamente.




Legal, não?

Ainda não testei este modelo mas acho que não funciona com três tipos de pessoas. A primeira é o analfabeto. Aí você deve explicar com toda a paciência de Jó o que significa aquelas frases na camiseta. O segundo tipo é aquele chato que apesar de ter lido tudo e ter ouvido você dizer "Não" várias vezes ainda assim continua insistindo. Mas resista! Não se entregue assim tão fácil. O terceiro e último tipo de pessoa é aquela que praticamente não pede. Ela "obriga". Sim, e com uma arma apontada para você.  Nesse caso é bom não resistir. Mas estou pensando em criar algo para evitar esses inconvenientes. Aceito sugestões.

Abraços do MM!

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