terça-feira, 9 de julho de 2013

Recriarte - Como Cobrar Os Seus Bordados


Apaixonados por artes manuais, todos os amigos que compõem este blog são. Alguns curtem arte com reciclagem, outros têm paixão pelo desenho, alguns fazem biscuit e outros bordam. Sempre estamos fazendo alguma coisa, muitas vezes apenas para presentear e agradar aqueles que amamos.
Entretanto, as artes manuais podem se tornar uma segunda fonte de renda se bem trabalhadas, mas como cobrar por algo que, talvez, não tenha preço, já que é artigo único?
 

Os bordados são a minha praia, principalmente o ponto cruz que já me rendeu algum dinheirinho extra em períodos de grana curta total. Faço ponto cruz com avesso perfeito e, assim, sempre o meu trabalho foi mais valorizado. É mais trabalhoso, mas vale o capricho e o resultado final fica bem mais bonito. Então, falaremos um pouco sobre como cobrar os seus bordados, ok?

Por se tratar de uma economia informal, não há muitas orientações específicas para este tipo de comércio, mas tentarei passar dicas de como calcular um valor justo e nada muito oneroso para quem compra, mas ainda mais justo para quem faz.

1. O que você gosta de bordar?
Panos de copa e cozinha, semaninhas, toalhas com monogramas, paninhos de boca para bebês. Defina o que você gosta e te dá prazer em fazer. Fazer o que realmente se gosta conta e muito, principalmente no tempo de execução do bordado. Se você faz o que gosta, vai bordar mais rapidamente.

2. Qual é o seu público?Se você definiu bordar enxovais para cozinha ou jogos de toalhas, invista em noivas e donas de casa; se escolheu os enxovais para bebê, atenção em grávidas. Definir o seu público-alvo focará a sua venda.
 

3. O que eu preciso para executar o meu bordado?
Toalhas, etamine, linho, linhão, agulhas, meadas, bastidores. Conte tudo o que for usar. Pesquise bastante em lojas e fornecedores, inclusive na internet, com as facilidades que temos hoje em dia. Veja prazos, condições de pagamento, descontos à vista e invista em materiais de boa qualidade, já que nem sempre o mais barato é o melhor. Acredite: também é na qualidade do seu produto que você conseguirá se diferenciar. Não esqueça de incluir os custos operacionais, como energia elétrica, aluguel, alimentação, telefone e impostos, correios, papelaria, transporte e embalagens.

4. Como eu calculo o valor?
Com todos os custos anotados, alie o bom senso à concorrência do mercado sempre. Procure montar uma tabela onde você poderá cruzar os dados, como quantidade de pontos e cores, centímetros bordados e grau de dificuldade de execução. A primeira forma é somar os dados e acrescentar 30%, que é a sua margem de lucro. A segunda forma é somar todos os custos e dividir por 0,8.

Exemplo: vou bordar uma toalha de rosto com um monograma que leva duas cores e acabamento com babado de fita, sem custos de correio e embalagem.
 
Vamos somar os custos, agora.
 
 



 
Vamos chegar ao valor de venda, agora:
1. Com lucro de 30%.
     R$ 6,76 X 30%= R$ 8,78

2. Com índice 0,8.
     R$ 6,76  : 0,8= R$ 8,45
 
Pronto! Agora é só escolher qual é o melhor valor de venda para você. É válido lembrar que uma grande encomenda merece um valor diferenciado, assim como aquele cliente que sempre pede e recomenda os seus trabalhos merece mais atenção Se quiser se profissionalizar no assunto, uma boa dica é recorrer às associações de artesãos e cooperativas do segmento ou tornar-se microempresário individual, onde você poderá recolher INSS e ter vários benefícios assegurados, como auxílio-doença e auxílio-maternidade, por exemplo, além do CNPJ.
 

Apenas não fique triste se encontrar pelo caminho, pessoas que não sabem valorizar o seu bordado. Muitos o fazem por não conhecerem o que é e não saberem o quanto é trabalhoso, então não se deixe abater se, por acaso, alguém lhe perguntar: “mas tudo isso só por um bordado?”.

Boa sorte e bom trabalho!

Abraços,
 
Lara
 

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