sexta-feira, 12 de julho de 2013

Do Museu à Balada - Música e Livro: Músicas, Gostos e Ciências

Por que gostamos tanto de músicas ou de uma determinada música? Por que nos pegamos, muitas vezes (e eu sou um bom exemplo disso quando se trata da composição "Torch", do grupo Soft Cell), ouvindo repetidas vezes a mesma música? O assunto é tão controverso que já foi tema de um livro chamado "This is your brain on music: the Science of a human obsession", escrito pelo músico, produtor e conhecedor da neurociência cognitiva, área da medicina que inter-relaciona a psicologia e a neurologia, Daniel Levitin.



Segundo Levitin, o gosto por ouvir música está intimamente ligado à manipulação de expectativas: quando ouvimos uma música, o nosso cérebro, já baseados em experiências anteriores, cria uma expectativa para o próximo acontecimento da música que se está ouvindo. Dependendo das emoções evocadas, ficamos satisfeitos ou não com o que estamos ouvindo. Portanto, é a expectativa, responsável direta pela evocação das emoções, quem nos diz se gostaremos ou não da composição que estamos ouvindo. Sendo assim, se o compositor for habilidoso e conhecer as expectativas dos ouvintes, saberá controlar exatamente os momentos em que elas serão atendidas ou não, provocando, com isso, arrepios, euforia e até lágrimas.

Se a música for simples, tendemos a não gostar porque a consideramos previsível demais, ao passo que se a música for demasiado complexa, também não gostaremos porque é totalmente imprevisível. Portanto, para se gostar de uma música, ela tem que ter o equilíbrio entre a simplicidade e a complexidade, conceitos totalmente individuais que explicam, em parte, porque algumas pessoas amam músicas que você detesta.



Levitin afirma ainda que o que ouvimos antes de nascer, ainda no útero materno, pode influenciar a nossa predileção por gêneros e sonoridades específicas, mas não determina a nossa preferência musical, que será desenvolvida até os 10 anos de idade, fase de transição na qual as crianças realmente despertam para a música.

Aparentemente, também não há limites para se criar novos gostos musicais, embora a maioria das pessoas defina a sua preferência entre os 18 e 20 anos. Por que entre essas idades? A ciência ainda está em busca desta resposta.



Leitura altamente recomendada, mas... Para mim, gostar de música e de determinadas músicas vai além do que a ciência tenta explicar. Quando ouço as minhas composições favoritas, eu só ouço e apenas sinto a música, sem precisar de tantas explicações. Já me basta!

Abraços,

Lara

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